Dados do Trabalho


Título

Estudo epidemiológico das internações por neoplasias malignas do fígado e das vias biliares intra-hepáticas nos últimos 5 anos no Brasil

Introdução

As neoplasias malignas do fígado e das vias biliares intra-hepáticas ocupam a sexta posição entre os tipos mais comuns de câncer nos indivíduos do sexo masculino e a oitava nos do sexo feminino no Brasil. O carcinoma hepatocelular representa cerca de 80% das neoplasias primárias do fígado, enquanto o colangiocarcinoma constitui de 10% a 15% dos tumores malignos hepáticos primários. Entre os fatores de risco para esses tipos de neoplasias compreendem: infecção pelo vírus da hepatite B e C, exposição à aflatoxina, esteatose hepática, obesidade, tabagismo, diabetes e cirrose.

Objetivo

Analisar o perfil epidemiológico das internações por neoplasias malignas do fígado e das vias biliares intra-hepáticas diagnosticadas, no Brasil, no período de 5 anos.

Método

Estudo epidemiológico descritivo, transversal e quantitativo, desenvolvido a partir de dados secundários obtidos do departamento de informática do Sistema Único de Saúde do Ministério da Saúde (DATASUS/MS). As variáveis analisadas foram unidade da federação, raça, sexo e faixa etária.

Resultados

Entre 2019 e 2023, foram registradas 54.426 internações por neoplasia maligna do fígado e das vias biliares intra-hepáticas. A Região Sudeste liderou com 24.669 internações (45,33%), seguida pelo Nordeste (21,63%), Sul (23,37%), Centro-Oeste (5,88%) e Norte (3,79%). O ano de 2023 apresentou a maior média mensal de casos (1.005,5). Quanto à distribuição por sexo, 55,75% das internações (30.342) foram de pacientes masculinos e 44,25% (24.084) de femininos. A faixa etária mais afetada foi de 50 a 79 anos, com 40.564 casos (74,53%). Notavelmente, crianças de 1 a 4 anos tiveram um número significativo de internações (1.517), superando a faixa etária de 5 a 14 anos (851). Em relação à raça, a população branca teve a maior incidência de internamentos (24.872), seguida pela parda (19.821), totalizando, juntas, cerca de 82% dos casos. O número de internações para as raças preta, amarela e indígena foi, respectivamente, de 2530, 758 e 30, além de 6.415 casos sem informação de raça.

Conclusão

Foi evidenciado o aumento, principalmente no último ano analisado, das internações por neoplasias malignas do fígado e das vias biliares intra-hepáticas no Brasil, com destaque para a predominância na Região Sudeste. A população mais afetada foi a de sexo masculino, de cor branca e com 50 a 79 anos. Esses achados ressaltam a importância de políticas de saúde voltadas para a prevenção e para o diagnóstico precoce dessas neoplasias.

Área

Câncer Hepato-pancreato-biliar

Autores

SOFIA VOLPI, Eduarda Franceschet , Gabriela Maria Vicente de Melo, Lucas Leonardo Alves Cardoso, Bruna Victoria Pires Machado, Leticia Vitoria Mourão Meira Pereira