Dados do Trabalho


Título

ÓBITOS POR NEOPLASIA MALIGNA DE ESÔFAGO NO BRASIL NOS ÚLTIMOS 10 ANOS: ESTUDO ECOLÓGICO

Introdução

A neoplasia maligna de esôfago se caracteriza por uma lesão que, geralmente, se inicia nas células que revestem o interior do órgão. Apesar de ser relativamente rara, possui diagnóstico tardio e prognóstico acelerado e desfavorável quando comparado aos outros tipos de cânceres. Nesse sentido, a avaliação do perfil de pacientes que faleceram por neoplasia maligna de esôfago poderá contribuir para a caracterização desta patologia no Brasil.

Objetivo

Evidenciar o perfil de pacientes que faleceram por neoplasia maligna de esôfago no Brasil nos últimos 10 anos.

Método

Realizou-se um estudo ecológico descritivo de séries temporais por meio da coleta e análise de dados do DATASUS, envolvendo o período de janeiro de 2014 a agosto de 2023. O número de óbitos por neoplasia maligna de esôfago foi extraído segundo região geográfica de ocorrência, faixa etaria e sexo. As variáveis foram analisadas e descritas por frequência absoluta e relativa.

Resultados

No Brasil, entre o período de 2014 a agosto de 2023, ocorreram 27.651 mortes por neoplasia maligna de esôfago, havendo um aumento de 10% na comparação do primeiro com o último ano. Dentre os 27.651 óbitos, 77,74% foram do sexo masculino. Em relação às regiões do país, o sudeste registrou o maior número de mortes (50,23%), seguido do sul (20,12%) e pelo nordeste (17,34%). Em relação às faixas etárias, o maior registro de óbitos ocorreu em indivíduos entre 60 a 69 anos (32,1%), seguido dos indivíduos de 50 a 59 anos (27,2%) e 70 a 79 anos (20,66%). Ademais, os dados mostraram um aumento no número de óbitos, sendo 2015 e 2019 os anos com os maiores registros (2.996 e 2.977, respectivamente). Além disso, a faixa etária de 70 a 79 anos se manteve com o maior número de óbitos em todos os anos analisados.

Conclusão

Esse estudo revelou um aumento de óbitos por neoplasia maligna de esôfago no Brasil nos últimos 10 anos, a tendência de crescimento de 10% na comparação entre o primeiro e o último ano sugere uma preocupação contínua com a incidência dessa condição. O predomínio de mortalidade entre indivíduos do sexo masculino ressalta a importância de ações de prevenção e conscientização centralizadas nesse grupo. Ademais, a faixa etária de 60 a 69 anos foi a mais acometida, fato que salienta a carência de programas de rastreamento direcionados a essas idades. Desse modo, tais fatos evidenciam a prioridade de ações de saúde direcionadas à prevenção, detecção precoce e tratamento eficaz desta condição potencialmente fatal.

Área

Câncer Esofagogástrico

Autores

KAROLINA FRICKE, ANNA CAROLINA SEHL FERREIRA, FERNANDA PEREIRA RODRIGUES, MATHEUS FERREIRA CESPEDES, Letícia Scortegagna, LUIZA CUNHA DA SILVA, LAUREN HICKMANN MÜLLER, JULIANA SCHERER