Dados do Trabalho


Título

Utilização de fluorescência para avaliação da perfusão da anastomose no intraoperatório

Introdução

O verde de indocianina (ICG) é um corante utilizado em cirurgias com múltiplas utilidades, seu uso tem sido uma crescente com o avança da tecnologia de imagens em cirurgias videolaparoscópicas. Em seres humanos, o uso foi aprovado pelo Food and Drug Administration (FDA) desde 1956. Dentre suas aplicabilidades, a avaliação da perfusão tecidual de anastomoses e tecidos desvitalizados em cirurgia colorretal é substancial para o sucesso cirúrgico. A complicação mais temida desses procedimentos é a fistula da anastomose. O que ocorre em 8,1% das colectomias direitas e 17,5% das anastomoses colorretais, segundo a Sociedade Europeia de Coloproctologia. Em uma meta-análise de 10 estudos entre 2010 e 2017, van den Bos e colaboradores mostraram alteração em 10% dos planos iniciais da cirurgia com utilização do método. E no estudo de Kim e colaboradores (2016) o corante evidenciou boa perfusão da anastomose em 10,6% dos pacientes que apresentavam maior risco de isquemia por diversas causas. O uso do ICG auxilia a evidenciar se a anastomose está em boas condições, diminuindo chances de fistula e, dessa forma, diminui complicações pós-operatórias que poderiam causar aumento do tempo de internação hospitalar e dos custos.

Objetivo

Mostrar a boa perfusão tecidual da anastomose no intraoperatório com a utilização da fluorescência.

Método

Paciente masculino de 70 anos. Realizou colonoscopia evidenciando lesão no ângulo hepático, com depressão central e sem possibilidade de realizar procedimento de mucosectomia. Foi optado por realizar biópsia da lesão e tatuagem a 3cm distal da lesão. Foi indicada a realização de colectomia direita. O procedimento foi realizado por videolaparoscopia utilizando a técnica da abordagem lateral do cólon para medial. Realizado anastomose intracorpórea grampeada com posterior avaliação da anastomose com o corante verde de indocianina. Utilizado 3 miligramas da substância intravenoso. Não foi utilizado dreno.

Resultados

O paciente apresentou evolução satisfatória de pós-operatório, recebendo alta hospitalar no 3° dia após a cirurgia. Não apresentou suspeitas de fístulas ou outra complicação. O resultado do anatomopatológico evidenciou ser um adenocarcinoma.

Conclusão

O método da fluorescência é eficaz para auxiliar o cirurgião em cirurgias colorretais. Seu uso no intraoperatório para avaliar a perfusão da anastomose é facilmente percebido. Conferindo menores chances de fístulas da anastomose ou deiscências devido a ciência de que há boa perfusão tecidual.

Vídeo

https://youtu.be/va-xkgLwWs8

Área

Câncer Colorretal

Autores

AMARILDO FRANCISCO CANDIAGO JUNIOR, Rodrigo Bordinhão, Eduardo Zanella Cordeiro, Rodrigo Baretta, Rodrigo Coan, Gustavo Amaral de Abreu, Dayara Sales Scheidt, Carla Allona Ballesteros Popriguina, Marília Antunes, Jorge Delorenzo Filho