Dados do Trabalho
Título
ESTUDO NACIONAL DE CASOS DE NEOPLASIA MALIGNA DE PÂNCREAS E ASSOCIAÇÃO AO PERFIL CLÍNICO DOS PACIENTES E À MODALIDADE TERAPÊUTICA ADOTADA ENTRE OS ANOS DE 2013 - 2023
Introdução
Considerado o mais letal dentre as neoplasias do trato digestivo, o câncer de pâncreas sustenta a 14º posição entre os tipos de câncer mais frequentes no Brasil, porém é responsável por 4% do total de mortes oncológicas no território. Sua maior incidência está relacionada à presença de múltiplos fatores de risco, sobretudo, idade avançada (raros antes dos 45 anos), tabagismo, sobrepeso/obesidade, história familiar e diabetes - aspectos importantes de rastreio no perfil clínico de cada paciente. Dentre as modalidades terapêuticas disponíveis, a ressecção cirúrgica do pâncreas é a única estratégia potencialmente curativa. As demais são inclusas dentro do tratamento paliativo, podendo esse ser cirúrgico ou não, de acordo com o perfil da doença.
Objetivo
Analisar o número de casos e características epidemiológicas de neoplasia maligna de pâncreas Sistema Único de Saúde (SUS) entre os anos de 2013 a 2023 no Brasil.
Método
Estudo descritivo e retrospectivo sobre os casos por neoplasia maligna de pâncreas entre os anos de 2013 – 2023, no Brasil. Os dados foram obtidos pelo Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde do Brasil (DATASUS), pela ferramenta TABNET. As variáveis foram número de casos, anos de competência, região, sexo, faixa etária, modalidade terapêutica e estadiamento. Para essa pesquisa não foi necessário aprovação do Comitê de Ética, pois trata-se de um estudo de banco de dados público.
Resultados
Constatou-se que o Brasil, no período de 2013 a 2023, obteve o total de 33.386 casos de neoplasia maligna de pâncreas. A região Sudeste apresentou a maior parte dos casos do país, correspondendo a 42,6% do total dos casos, seguida da região Sul, que representou 29,3% dos diagnósticos. A faixa etária predominante foi entre 55 a 79 anos, equivalente a 66,9 % do total. Destaca-se que 50,2% dos pacientes eram do sexo feminino e 49,8% dos pacientes eram do masculino, apresentando uma leve discrepância entre os sexos. Em relação às modalidades terapêuticas realizadas, a terapia de quimioterapia apresentou recorde de registro, com 73,7% das modalidades inscritas, seguida da modalidade de cirurgia abordada em 23,9% dos casos. Ao nível do estadiamento, destacaram-se o estágio IV, em 66,6% casos, seguido do estágio III, em 18,0% pacientes.
Conclusão
Conhecer a epidemiologia do câncer de pâncreas no nosso país é essencial, tanto para entendermos a importância das mudanças de estilo de vida do paciente frente aos fatores de risco modificáveis, quanto ao reforço da necessidade de rastreio.
Área
Câncer Hepato-pancreato-biliar
Autores
LUIS GUSTAVO RAMOS RAUPP PEREIRA, Matheus Alberto Cella, Arthur Francisco Won Muhlen, Anelize Schuster Zagonel, Giovanna Barcellos Flores, Matheus Felipe Aquino Oliveira, Rafael Borislav Beal Welfer, Luísa Motter Comarú, Manuela Resener Spagnol , Mirella Paim Wanderley