Dados do Trabalho

Título

Abordagem videolaparoscópica para segmentectomia hepática anatômica

Introdução

O fígado é o lugar mais comum das metástases do câncer colorretal (CCR) acometendo 75% das metástases dessa origem. Em torno de 15 a 25% se apresentam já sincrônicas, além de que 12 a 40% dos pacientes apresentarão metástases hepáticas após a ressecção do primário (metacrônica), a grande maioria nos 3 primeiros anos. As metástase hepáticas afetam diretamente o prognóstico do paciente, sendo responsáveis por dois terços dos óbitos relacionados à doença. O CCR mesmo com doença à distância, é uma das neoplasias que apresentou maior benefício com relação ao ganho de sobrevida quando tratada adequadamente. O tratamento cirúrgico é o único que comprovadamente propicia a possibilidade de cura para os pacientes portadores de metástases hepáticas de CCR, com índices de sobrevida em cinco anos de 25 a 58% e em dez, de 21 a 29%.

Objetivo

Relatar um vídeo sobre a abordagem cirúrgica por videolaparoscopia de uma segmentectomia hepática anatômica.

Método

Paciente masculino, 67 anos. Diagnóstico de adenocarcinoma de cólon com mutação selvagem do gene RAS. Submetido à retossigmoidectomia com cistectomia parcial (por invasão) em Agosto/2016. Com resultado de anatomopatológico pT4b pN1c. Paciente já apresentava metástase ao diagnóstico para segmento hepático esquerdo e nódulo mesentérico, ambos com captação ao PET-CT (SUV de 7,7 e 5,4, respectivamente). Submetido a linha paliativa de quimioterapia com XELOX. Apresentou respostas nas lesões metastáticas até Maio de 2023 onde foi evidenciado reativação da doença no segmento hepático esquerdo após biópsia percutânea.
Então o paciente foi submetido à hepatectomia regrada do segmento III por laparoscopia. Inicialmente foi realizado demarcação da cápsula hepática dos limites do segmento hepático III, com posterior descapsulação. Seguido da dissecção do parênquima com pinça ultrassônica e auxílio de grampeadores mecânicos lineares com cargas vasculares para ligadura dos grandes vasos. Utilizado manobra de Pringle para controle vascular além de tecido hemostático em malha absorvível.

Resultados

Paciente apresentou evolução satisfatória de pós-operatório, recebendo alta hospitalar no terceiro dia após a cirurgia. O resultado de anatomopatológico evidenciou margens livres da metástase ressecada.

Conclusão

A técnica de videolaparoscopia é eficaz, de menor morbidade e que confere uma melhor recuperação pós-operatória ao paciente submetido ao procedimento. Sem comprometer a qualidade oncológica do procedimento realizado.

Vídeo

https://youtu.be/UvcAQO9mkOU?si=Mq0j6xiHBL_HwKW9