Dados do Trabalho
Título
METÁSTASE HEPÁTICA DE LEIOMIOSSARCOMA RENAL APÓS 20 ANOS DE FOLLOW UP: RELATO DE CASO
Apresentação do Caso
N.R.F.E, paciente feminina, 82 anos, com histórico de nefrectomia esquerda realizada em 2003 ocasionada por leiomiossarcoma renal e setorectomia de mama por carcinoma ductal invasivo em 2021. Durante seguimento oncológico, em janeiro de 2023, constatou-se uma lesão hepática suspeita de recidiva metastática, porém sem definição do tumor primário, identificada em Tomografia Computadorizada (TC) de abdome, sendo uma lesão hipodensa de 1,1 x 1,6 cm no lobo esquerdo do fígado e em agosto do mesmo ano aumentou para cerca de 4,2 x 3,3 cm, sugerindo uma lesão neoplásica expansiva. A Ressonância Nuclear Magnética (RNM) de abdome evidenciou a lesão sólido-cística de 4,6 x 3,6 cm no segmento II e uma pequena nodularidade no segmento IV do fígado. Foi realizada a hepatectomia videolaparoscópica dos segmentos II e III em setembro de 2023. O anátomo-patológico e o exame imunoistoquímico confirmaram ser consistente com leiomiossarcoma de alto grau, confirmando ser uma metástase da recidiva do sarcoma renal após 20 anos do término do tratamento inicial. Após a operação, a paciente teve recuperação sem complicações e está desde então em seguimento, sem novas recidivas.
Discussão
Os leiomiossarcomas são tumores malignos que se desenvolvem a partir do tecido muscular liso. São mais frequentemente encontrados no útero, na região retroperitoneal e nas extremidades do corpo. Eles ocorrem em adultos e acomete, principalmente, mulheres. A disseminação metastática dos leiomiossarcomas ocorre predominantemente através da corrente sanguínea, sendo os pulmões e o fígado os sítios mais comuns para a formação de metástases, principalmente nos primeiros 5 anos de follow up, a cada ano posterior ao tratamento as chances diminuem consideravelmente, sendo ainda mais raras após a primeira década do término do tratamento oncológico. Este caso se torna interessante, visto que a lesão originou-se após 2 décadas do fim do primeiro tratamento.
Comentários Finais
Por fim, se torna necessário manter-se atento ao paciente oncológico, mesmo após diversos anos do final do tratamento, esse perfil de paciente apresenta maiores chances de desenvolver outros tumores primários e ter recidivas tumorais tardias, mesmo após 2 décadas.
Área
Câncer Hepato-pancreato-biliar
Autores
MARIANA GUIDOUX LEAL TRINDADE, Fernanda Pereira Rodrigues, Mariana da Rosa Grüber, Yasmin Muhammad Hassan Fraga, Rodrigo Firmino Schirmbeck Moraes, Angélica Maria Lucchese, Tiago Auto Paes Remonti, Antonio Nocchi Kalil