Dados do Trabalho


Título

RECIDIVA DE NEOPLASIA RENAL EM PARÊNQUIMA PANCREÁTICO: UM RELATO DE CASO

Apresentação do Caso

Um paciente de 58 anos, sexo masculino, foi encaminhado ao serviço de cirurgia oncológica com histórico de neoplasia renal de células claras, tratado com nefrectomia direita há 5 anos e estadiada como um pT1b, o paciente encontrava-se em seguimento desde o diagnóstico e foi encaminhado após 4 anos de seguimento por possibilidade de recidiva tumoral em loja renal. Uma ressonância magnética realizada há 2 anos, demonstrava imagens focais pancreáticas levemente irregulares, porém, ambas receberam o diagnóstico anatomopatológico e imunohistoquímico de pancreatite crônica, a ressonância magnética atual evidenciou uma nova lesão expansiva heterogênea envolvendo a segunda porção do duodeno e estendendo-se para loja renal direita com 4,3 x 2,7cm determinando discreta dilatação de aspecto algo irregular do ducto pancreático, além das outras duas lesões pancreáticas já biopsiadas. A biópsia da nova lesão em cabeça de pâncreas sugeria carcinoma de células claras do rim. Para melhor estadiamento, foi solicitado PET-CT, além de tomografias, que descartaram sinais de doença em outras regiões. Diante do quadro de recidiva oligometastática, foi optado pela abordagem cirúrgica das lesões, durante o intraoperatório foi evidenciado um espessamento duodenal com tumoração palpável em segunda porção, além de outras duas tumorações (uma em cabeça do pâncreas e outra no corpo/cauda), não foi evidenciada lesão em loja renal, o paciente então foi submetido a uma pancreato-duodenectomia com esplenectomia. Após o procedimento cirúrgico, o resultado do anatomopatológico confirmou o diagnóstico de carcinoma de células claras, além de 15 linfonodos livres de neoplasia.

Discussão

O comportamento do carcinoma renal de células claras (CRCC) após a nefrectomia radical ainda é algo incerto e imprevisível, sabe-se que maioria das recidivas neoplásicas ocorrem nos primeiros dois anos de seguimento, sendo os sítios mais comuns os pulmões e ossos. Devido a baixa responsividade do CRCC aos tratamentos adjuvantes, o tratamento cirúrgico deve ser sempre a primeira opção considerada em casos de recidiva única após nefrectomia radical, especialmente em casos de recidiva tardia em localizações atípicas, como relatado no caso.

Comentários Finais

Esse caso evidencia a importância de um seguimento oncológico adequado e da investigação cautelosa com exames de imagem e biópsia de lesões que venham a aparecer nesses casos, independente dos prováveis diagnósticos diferenciais.

Área

Câncer Hepato-pancreato-biliar

Autores

DENISE PADILHA ABS DE ALMEIDA, Inácio Aguiar Jr, Lucas Albuquerque Mendonça Vaz, Amanda Lira dos Santos Leite, Filipe Augusto Porto Farias Oliveira, Alex Albuquerque Lins Barbosa, Flávio Rodrigues Teixeira Filho, Bárbara Araujo Nascimento , Oscar Cavalcante Ferro Neto, Aldo Vieira Barros