Dados do Trabalho
Título
CARCINOMA HEPATOCELULAR E OS GENES SUPRESSORES TUMORAIS CTNNB1, TERT E TP53: COMPREENSÃO ONCOGENÉTICA PARA PREVENÇÃO DO CÂNCER.
Introdução
O carcinoma hepatocelular (CHC) é uma neoplasia maligna primária agressiva que acomete o fígado de adultos. É o sexto câncer mais prevalente no Brasil, e o quarto mais comum do mundo. Assim, a incapacidade celular de descartar cadeias defeituosas de RNA das células hepatocitárias deve ser avaliada. O processo ocorre através da inativação de genes reparadores do DNA, os supressores tumorais. Os genes CTNNB1, TERT e TP53 atuam como protetores do ciclo celular, ao reduzirem a probabilidade da célula sofrer metaplasia e/ou displasia. Nesse sentido, o CHC deve ser elencado a nível oncogenético, sobretudo por sofrer mutações somáticas em até 50%. Considerar a epigenética é fundamental para compreender os padrões de desenvolvimento das lesões hepáticas, as quais podem resultar em CHC.
Objetivo
Analisar e relacionar os resultados da mutação dos genes CTNNB1, TERT e TP53 à incidência do CHC, vinculados à epigenética.
Método
Estudo bibliográfico e exploratório a partir de três repositórios públicos internacionais. Combinou-se cinco estudos para análise em cBioPortal for cancer genomics, totalizando 778 pacientes com CHC. Utilização do COSMIC Catalogue Of Somatic Mutations In Cancer para visualizar características do CTNNB1, TERT e TP53; TNMplot: differential gene expression analysis in Tumor, Normal, and Metastatic tissues com mapa de calor que exibe valores de expressão medianos para todos os dados de Seq de RNA tumorais disponíveis dos genes em estudo, e revisão de em base de dados médicos (UpToDate).
Resultados
O perfil molecular foi de 99,6% de mutações no CHC (778 pacientes) dos quais 32,1% TP53 (264), 32% TERT (263) e TP53 30,5% (251), os três genes mais mutados. A maior prevalência se dá no sexo masculino (80,5%), diagnosticados na faixa etária dos 65 aos 70 anos. A sobrevida de metade dos pacientes não ultrapassa 37 meses. Pessoas com cirrose, vírus B e C, doença hepática gordurosa não alcoólica associada à síndrome metabólica, tabagismo, etilismo, alimentação gordurosa/ultraprocessada e sedentarismo epigeneticamente representam significância para a disfunção celular e CHC.
Conclusão
A desarmonia entre e a epigenética e o ecossistema natural e social, o qual o indivíduo pertence, pode resultar em anormalidades celulares e inibição de genes indispensáveis para o reparo celular hepático, como os supressores tumorais CTNNB1, TERT e TP53. A compreensão sistêmica da doença, bem como as medidas de prevenção tornam-se urgentes para evitar distúrbios metabólicos e consequente CHC na hipermodernidade.
Área
Oncogenética
Autores
GABRIELA CECILIA ECHART, SABRINA GARCIA TARDIZ, THAIANE KREPS, RYAN THURLER CYRNE DE TOLEDO, SOPHIA CAMINHA BEDIN, MARIANA HARTMANN DILL, JACQUELINE SALLETE DEI SVALDI