Dados do Trabalho


Título

Exenteração pélvica com derivação ureteral bilateral e colostomia: um relato de caso

Apresentação do Caso

Este relato descreve o caso de uma paciente diagnosticada com carcinoma de células escamosas de colo uterino em estágio avançado, que referia dor suprapúbica acompanhada de náuseas, vômitos amarelados e inapetência, sem febre, com perda ponderal de 14 kg em 6 meses, além de constipação há mais de 7 dias. O hábito urinário encontrava-se preservado, com perda urinária aos esforços. Possui histórico de 5 sessões de quimioterapia e braquiterapia e 25 sessões de radioterapia para tratamento da neoplasia. Realizou ressonância magnética de abdômen e pelve, a qual evidenciou grande lesão de aspecto infiltrativo no colo uterino, com contornos mal definidos, estendendo-se por cerca de 7,0 x 5,8 cm nos maiores eixos axiais. A lesão apresentava sinais de infiltração das porções superior da vagina e extensão para regiões parametriais com envolvimento circunferencial dos ureteres, dilatação dos sistemas coletores a montante, sinais de comprometimento posterior da bexiga e da fáscia mesoretal, mantendo amplo contato com a parede anterior do reto.

Discussão

O carcinoma de células escamosas (CEC) de colo uterino possui como principal agente etiológico o papilomavírus humano (HPV). Nos casos de doença localmente avançada, o tratamento padrão se dá através da quimiorradioterapia e braquiterapia, sendo que outras terapias podem ser associadas. Entre elas, está o procedimento de exenteração pélvica.
A exenteração pélvica é um tratamento cirúrgico radical realizado com objetivo curativo em casos de neoplasias malignas colorretais, ginecológicas ou urinárias localmente avançadas ou recidivas após tratamento.
Neste relato, é apresentado o caso de uma paciente com CEC de colo uterino que realizou tratamento prévio e, no ano de 2023, devido ao extenso comprometimento dos órgãos pélvicos, foi associado ao seu tratamento a exenteração pélvica com derivação ureteral bilateral e colostomia, que ocorreu sem intercorrências. Atualmente a paciente se encontra em acompanhamento com a equipe de ginecologia oncológica.

Comentários Finais

A cirurgia de exenteração pélvica deve ser realizada em pacientes com clara indicação, visto que é um procedimento complexo que apresenta alta morbimortalidade. Quando bem indicada e sucedida, a operação pode proporcionar um melhor controle da neoplasia pélvica em longo prazo e aumento da sobrevida. Neste caso, conclui-se que o procedimento foi bem sucedido e com prognóstico positivo.

Área

Outros e Miscelânea

Autores

LAURA MOHR, CHARLES NILTON GATELLI, RENATA BRUNA GARCIA DOS SANTOS GATELLI, GUILHERME WILHELMS MENEGON, LEONARDO DUARTE PAGANELLA, LUCAS GABRIEL MENSCH DA LUZ, BRUNA SALETE NAVA, VITÓRIA RAZERA BORDIGNON