Dados do Trabalho

Título

Neoplasia maligna de cólon: uma análise comparativa da mortalidade nos anos de 2012 e 2022 em população dos 45 aos 74 anos na Região Sul do Brasil

Introdução

O câncer de cólon é uma neoplasia frequentemente assintomática, com sinais e sintomas variados. É a terceira neoplasia mais comum em homens e a segunda mais frequente em mulheres, com incidência significativa a partir dos 50 anos de idade, e com forte relação com os hábitos de vida, raça negra e histórico familiar positivo.

Objetivo

Analisar e comparar a mortalidade por neoplasia maligna de cólon nos anos de 2012 e 2022 em indivíduos entre 45 e 74 anos da Região Sul do Brasil.

Método

Este é um estudo descritivo retrospectivo que comparou a mortalidade em indivíduos de 45 a 74 anos nos anos de 2012 e 2022 na região sul do Brasil. Foi utilizado as variáveis faixa etária e sexo para as funções comparativas. O estudo foi desenvolvido a partir da análise de dados obtidos do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde do Brasil (DATASUS), através da ferramenta TABNET, e no Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Resultados

A partir dos dados analisados, conclui-se que, em indivíduos entre 45 e 74 anos da região Sul do Brasil, a incidência por 100.000 habitantes de mortalidade por câncer de cólon subiu de 169,11, no ano de 2012, para 256,14, em 2022, resultando em um aumento de 51,46% no período avaliado. Além disso, constata-se que, no mesmo período, a ocorrência da doença, em mulheres, subiu de 74,21 para 106,75 em 100.000 habitantes, representando um aumento de 43,84%, ao passo que, em homens, a incidência, na mesma amostragem, teve acréscimo de 149,37 para 94,89 mortes, um aumento de 57,41%. A análise por faixa etária demonstrou os seguintes aumentos em 11 anos (2012-2022): 15,92% (45-49 anos); 30,08% (50-54 anos); 97,51% (55-59 anos); 104,66% (60-64 anos); 99,36% (65-69 anos) e, por fim, 141,42% (70-74 anos).

Conclusão

Conclui-se a partir dos resultados que a incidência de mortes por câncer de cólon teve um aumento significativo no período em ambos os sexos e entre todas as faixas etárias avaliadas. Ademais, o aumento da incidência foi maior no sexo masculino e em indivíduos entre 70 e 74 anos. Os dados analisados são extremamente importantes para direcionar as políticas públicas e o público alvo para ações de prevenção e diagnóstico precoce da doença e corroboram a necessidade de rastreamento de câncer em pacientes assintomáticos acima de 45 anos, além de 11 anos antes da idade do diagnóstico familiar, como preconiza a Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBCP), a fim de reduzir a morbimortalidade por essa neoplasia maligna.