Dados do Trabalho
Título
Neoplasia maligna de estômago: uma análise retrospectiva da doença na Região Sul do Brasil nos últimos 10 anos
Introdução
No Brasil, o câncer de estômago é a quinta neoplasia maligna mais incidente, não considerando os tumores de pele não melanoma (1). O adenocarcinoma é o tipo mais comum, sendo responsável por cerca de 95% dos casos de tumor do estômago. O tratamento depende do estágio em que a doença se encontra, variando principalmente entre quimioterapia, radioterapia e cirurgia, podendo também ser usado o tratamento combinado.
Objetivo
Analisar o número de novos casos, modalidades terapêuticas e taxa de mortalidade das neoplasias malignas de estômago na população residente da Região Sul do Brasil entre os anos de 2014 e 2023.
Método
Este é um estudo descritivo retrospectivo, feito com base em dados obtidos no Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde do Brasil (DATASUS), através da ferramenta TABNET, com a seleção de dados nacionais e da região Sul, relativos à neoplasia maligna do estômago, entre os anos de 2014 e 2023. As variáveis utilizadas foram número de novos casos, modalidade de tratamento, local de residência, número de óbitos e taxa de mortalidade.
Resultados
Entre os anos de 2014 e 2023, na região Sul do Brasil, foram registrados 34.118 novos casos de neoplasia maligna de estômago, dos quais apenas 14.794 (43,36%) apresentaram informações do tratamento. Destes, 10.794 (71,14%) utilizaram a quimioterapia isolada como tratamento, 3.297 (22,29%) tiveram intervenção cirúrgica, 948 (6,41%) fizeram radioterapia e apenas 24 (0,16%) utilizaram tratamento combinado. Ainda entre 2014 e 2023, foram registrados 44.442 óbitos no país pelo câncer gástrico, dos quais 8.400 ocorreram na região Sul (18,90%). A taxa de mortalidade nacional está em declínio desde 2014, tendo chegado a 13,36% em 2023, com a média de 15,22% nos últimos 10 anos. De forma semelhante ao padrão nacional, na Região Sul também ocorreu uma queda nas taxas de mortalidade, observada desde 2015, período da última década em que esteve mais alta (15,65%). A região apresentou a menor taxa de mortalidade média desse período (12,02%) e a segunda menor taxa do país no ano de 2023 (10,67%).
Conclusão
Diante dos dados apresentados, concluímos que o câncer de estômago é uma neoplasia com alta incidência em nosso país e também na Região Sul. Como constatado anteriormente, as taxas de mortalidade se encontram em declínio na última década e, para mantê-las em queda, é essencial o investimento na educação em saúde da população, além da prevenção, detecção e tratamento precoce da neoplasia.
Área
Câncer Esofagogástrico
Autores
LAURA MOHR, ANA FLÁVIA AZEVEDO ZAROWNY, EDUARDA LARGO PIZI , GABRIEL RIGGO ANTUNES, GABRIELA ALBRECHT DA SILVA , ISADORA BARASUOL BOTTEGA , LEONARDO ZIOTTI MORASKI, MARIA CLARA SPADARI GUADAGNIN, NATÁLIA GHETTINO, PATRÍCIA ISABEL PETRAZZINI