Dados do Trabalho
Título
TRATAMENTO CIRÚRGICO CONSERVADOR E PESQUISA DE LINFONODO SENTINELA UTILIZANDO DUPLA MARCAÇÃO EM PACIENTE COM C NCER DE VULVA ATENDIDA EM HOSPITAL DA REDE SUS: RELATO DE CASO
Introdução
O câncer de vulva é uma condição infrequente e representa cerca de 4% do câncer na mulher. A faixa etária de acometimento principal é a partir de 60 anos, associado ao HPV em mais de 90% dos casos. Os sintomas incluem prurido, irritação local, dor ou sensibilidade durante relações sexuais, presença de sangramento ou secreção anormal, aparecimento de lesões e alterações na cor ou textura da pele. O diagnóstico é feito pelo exame físico detalhado e biópsia. No estadiamento, verifica-se o tamanho e a localização da lesão, bem como sua extensão para outros órgãos e o envolvimento linfonodal. O tratamento depende do estadiamento da doença e pode incluir cirurgia, radioterapia, quimioterapia ou terapias combinadas.
Objetivo
Descrever a abordagem cirúrgica em paciente com câncer de vulva atendida em hospital da rede SUS, com ênfase na pesquisa de linfonodo sentinela utilizando dupla marcação.
Casuística
-
Método
L. A. C, 46 anos, feminino, na perimenopausa, sexarca aos 16 anos, G4P3A1, sem comorbidades, sem histórico de vacinação contra o HPV e antecedentes familiares negativos para câncer. Procurou atendimento após biópsia excisional de lesão em grande lábio esquerdo em 11/12/2023, com diagnóstico de carcinoma microinvasor. Foi solicitado revisão de lâmina na instituição, onde verificou-se tratar-se de lesão de 0,8 cm, carcinoma escamoso microinvasor, margens livres e invasão de < 4 mm. Foi submetida em 19/03/2024 a vulvectomia parcial à esquerda e pesquisa de linfonodo sentinela com Tecnécio e azul patente. A linfocintilografia demonstrou migração apenas para cadeia inguinal superficial à esquerda. No intraoperatório foi injetado azul patente 2 ml apenas no grande lábio esquerdo. Após incisão inguinal esquerda foi identificado linfonodos corados e com captação para Tecnécio utilizando gamma-probe. Na congelação intraoperatória, evidenciou-se 3 linfonodos sem acometimento neoplásico. Após o procedimento, paciente evoluiu satisfatoriamente, sem intercorrências, e recebeu alta hospitalar para seguimento ambulatorial.
Resultados
A detecção precoce permite um tratamento menos invasivo e com melhores resultados, favorecendo cirurgias conservadoras e linfadenectomia unilaterais seletivas, menos mórbidas para pacientes a longo prazo, como visto no passado, mesmo no cenário do Sistema Único de Saúde (SUS).
Conclusões
O câncer de vulva entre mulheres com menos de 60 anos é infrequente, e o diagnóstico em estágios iniciais é fundamental para realização de tratamento definitivo e menos mórbido, mesmo no SUS.
Fotos e tabelas
Referências
CARVALHO, R.; LEITE, CG.; PEREIRA, DRS.; SOUZA, ER.; SILVA, SSL. Carcinoma de células escamosas microinvasivo: relato de caso. Revista Paraense de Medicina, Belém , v. 20, n. 3, pág. 65-69, set. 2006 .
MATTHES, A do CS.; MARANA, HRC.; DA ANDRADE, JM.; CARRARA, HHA.; DOS REIS, FJC.; VELLUDO, MASL.; BIGHETTI, S. Correlação entre Estadiamento Clínico e Cirúrgico de Pacientes com Carcinoma Invasor da Vulva. Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. v. 21, n. 9, 1999.
PINTO, ÁP. Etiopatogenia do câncer vulvar. Jornal Brasileiro de Patologia e Medicina Laboratorial. v. 38, n. 1, pág. 55-63, 2002.
Palavras Chave
Câncer de vulva; Tumor ginecológico; Câncer feminino; Linfonodo sentinela
Área
Cirurgia reparadora / Oncoplastia
Instituições
Hospital do Câncer Aldenora Bello - Maranhão - Brasil, Universidade Federal do Maranhão-UFMA - Maranhão - Brasil
Autores
Ludmylla Ellen Ferreira Freire, Laura Froes Nunes da Silva, Sofia Arruda Castelo Branco dos Santos, João Arthur Duarte Cantanhede, Maria Carolina Albuquerque de Sousa Martins, Ana Gabriela Oliveira Caldas