Dados do Trabalho


Título

ANGIOMIXOMA PROFUNDO DE VULVA: RELATO DE CASO DE UMA NEOPLASIA RARA E AGRESSIVA

Introdução

Apresentação de caso: Paciente do sexo feminino, 35 anos, encaminhada ao serviço de cirurgia oncológica com queixa de dores pélvicas há 1 anos e histórico de ressecção de cisto ovariano (cisto de corpo luteo) há 2 anos e curetagem há 1 ano. Trouxe Ressonância Magnética da pelve evidenciando formação expansiva de aspecto alongado e contornos lobulados aparentemente extraperitoneal na pelve a esquerda epicentrada nos espaços paravesical e paravaginal esquerdos, com extensão ao espaço retropúbico, medindo cerca de 17,6 x 10,1 x 9,0 cm, lesão envolve parcialmente o ligamento redondo, comprime e desloca para direita a bexiga, o colo uterino, vagina e reto; comprime e desloca inferomedialmente o ureter distal esquerdo. Sua margem superior alcança a região anexial, mantendo íntima proximidade e plano de clivagem nítido com o ovário esquerdo: sua margem inferior se insinua para região perineal, comprimindo e deslocando medialmente a uretra e lateralmente a porção superior do músculo puborretal. Lesão expansiva com origem em feixe neurovascular, sobretudo tumor de bainha nervosa (Schwannoma) lateralmente a porção superior do músculo puborretal deve ser considerada dentre os diferenciais prioritários. O caso foi discutido em reunião de tumor board e após estadiamento sem sinais de doença à distância foi indicada cirurgia upfront para ressecção da lesão. No ato cirúrgico foi evidenciada volumosa tumoração sólido-cística em pelve à esquerda, retroperitoneal, possuindo íntimo contato com a parede vesical adentrando a fossa obturatória e parede lateral da vagina. O laudo anatomopatológico do tumor descreveu neoplasia mesenquimal fusocelular sem atipias, fechando o diagnóstico de angiomixoma profundo agressivo através da imunohistoquímica.

Objetivo

.

Casuística

.

Método

.

Resultados

Discussão: O angiomixoma profundo vulva é um tumor mesenquimal benigno, de crescimento lento e localmente invasivo, originário de células mixóides do tecido conjuntivo. Muitas modalidades para seu tratamento foram tentadas com sucesso variável, atualmente a excisão cirúrgica com margens negativas é o tratamento padrão, porém, devido a sua infiltração local e altas taxas de recorrência a terapia adjuvante com raloxifeno, tamoxifeno ou agonistas de GnRH, mostrou ser benéfica quando o tumor é sensível aos receptores de estrogênio e progesterona.

Conclusões

Comentários Finais: O angiomixoma agressivo é uma neoplasia rara e localmente agressiva mas deve ser considerado como diagnóstico diferencial durante investigação de lesões na região vulvovaginal, períneo ou pelve. Como o tumor é bem conhecido por recorrências locais, o diagnóstico e o manejo com excisão cirúrgica e terapia adjuvante são recomendados.

Referências

DELLINO, M. et al. Aggressive Angiomyxoma of the Lower Female Genital Tract: A Review of the MITO Rare Tumors Group. Cancers, v. 16, n. 7, p. 1375, 31 mar. 2024.

‌DIANA MELIZA HIDALGO-ZAMBRANO; DANIEL FELIPE REYES-VEGA; CANO-ARIAS LUIS GUILLERMO. Angiomixoma agresivo de vagina: reporte de caso y revisión de la literatura. Revista colombiana de obstetricia y ginecologia, v. 71, n. 4, p. 384–394, 30 dez. 2020.

‌GAY, F. et al. Aggressive angiomyxoma. Diagnostic and Interventional Imaging, v. 94, n. 6, p. 657–661, 1 jun. 2013.

‌LIN, X.-M.; WANG, L.; WANG, Q. Aggressive angiomyxoma of pelvis: A case report and literature review. Medicine, v. 101, n. 46, p. e31617, 18 nov. 2022.

Palavras Chave

Câncer Vulvar; Neoplasias vulvares; Cirurgia Ginecológica; Cirurgia oncológica;

Área

Tumores raros

Instituições

Centro Universitário Cesmac - Alagoas - Brasil, Santa Casa de Misericórdia - Alagoas - Brasil

Autores

Denise Padilha Abs de Almeida, Alex Albuquerque Lins Barbosa, Amanda Lira dos santos leite, Flávio Rodrigues Teixeira Filho, Inácio Pereira Aguiar Júnior, Lucas Albuquerque Mendonça Vaz, Aldo Vieira Barros