Dados do Trabalho


Título

Diferenças raciais na realização de exames de mamografia em mulheres feita no estado do Rio de Janeiro, entre os anos de 2016 a 2023

Introdução

O câncer de mama é uma das formas mais prevalentes de câncer entre as mulheres em todo o mundo, afetando tanto países em desenvolvimento quanto países desenvolvidos. Muitos casos são detectados em estágios avançados, o que restringe as opções de tratamento disponíveis (INCA, 2011). É inegável que a falta de realização da mamografia conforme recomendado é um dos fatores que contribuem significativamente para o diagnóstico tardio do câncer de mama (RODRIGUES, 2012).

Objetivo

Analisar o número de realizações de mamografia em mulheres no Rio de Janeiro, de 2016 a 2023, de acordo com a cor/raça.

Casuística

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Método

Foi realizado um estudo transversal descritivo cujos dados foram coletados no Sistema de Informação do Câncer (SISCAN/DATASUS), por realização de exames de mamografia, por local de residência. No filtro da pesquisa, aplicou-se ano de competência, de 2016 a 2023, cor/raça e sexo. A análise foi feita por Excel.

Resultados

A análise dos dados no período de janeiro de 2016 a dezembro de 2023 para o Rio de Janeiro evidencia que, em todos os anos analisados, as mulheres de cor/raça branca apresentaram um número maior de realização de exames de mamografia (N= 317959), enquanto as de raça preta/parda apresentaram um menor número (N= 215499). Ainda, comparando as raças pretas e pardas, as pretas obtiveram um menor número de exames de mamografia, com a realização de apenas 100678, enquanto as pardas realizaram cerca de 114821. Também é possível observar que o ano de 2023 foi o que alcançou o maior número de mamografias, bem como de 2019 a 2020 houve um decréscimo significativo, para todas as raças analisadas.

Conclusões

Os resultados da análise dos dados destacam claramente que as mulheres brancas se submetem mais frequentemente a exames de mamografia em comparação com as mulheres pretas/pardas. Conforme estudos anteriores, no contexto das pacientes negras, observam-se significativos atrasos tanto no diagnóstico quanto no tratamento do câncer de mama em comparação com as pacientes brancas. Possíveis explicações para esses achados incluem a falta de conscientização sobre a gravidade da condição, juntamente com disparidades socioeconômicas (TRUFELLI, et al, 2008; INCA, 2021). Além disso, a redução observada entre os anos de 2019 e 2020 pode estar relacionada à pandemia da COVID-19, que resultou em um amplo isolamento social e dificuldades de acesso às unidades de saúde, o que pode ter gerado uma subnotificação.

Referências

INSTITUTO NACIONAL DE C NCER (INCA). Estimativa 2012: incidência de câncer no Brasil / Instituto Nacional de Câncer. José Alencar Gomes da Silva, Coordenação Geral de Ações Estratégicas, Coordenação de Prevenção e Vigilância. – Rio de Janeiro: INCA, 2011. 118 p.

RODRIGUES, Ana. Fatores que levam ao diagnóstico de câncer de mama em estágios avançados. Minas Gerais: Universidade Federal de Minas Gerais; Trabalho de Conclusão de Curso, 2012, p. 27.

TRUFELLI, D. C. et al. Análise do atraso no diagnóstico e tratamento do câncer de mama em um hospital público. Rev. Assoc. Med. Bras., São Paulo, v. 54, n. 1, p.72-6, Fev. 2008.

INSTITUTO NACIONAL DE C NCER (INCA). Dados e números sobre câncer de mama. Arn Migowski , Coordenação Geral. – Rio de Janeiro: INCA, 2021.

Palavras Chave

Raça; Mamografia; Rio de Janeiro

Área

Prevenção / Rastreamento

Autores

Iasmin Schausse Ferreira, Maria Eduarda dos Santos Reis