Dados do Trabalho
Título
CARCINOMA DE CÉLULAS CLARAS DE OVÁRIO: EXPERIÊNCIA DE UM HOSPITAL ONCOLÓGICO NO RIO DE JANEIRO
Introdução
O carcinoma de células claras de ovário (CCCO) é um subtipo raro de câncer de ovário, representando cerca de 10% de todos os cânceres ovarianos. Geralmente é associado a um prognóstico pior em comparação com outros subtipos, devido à resistência à quimioterapia padrão e à tendência à recorrência tardia. A análise anatomopatológica é primordial no tratamento do CCCO, porque permite confirmar o diagnóstico, estadiar a doença e traçar o prognóstico.
Objetivo
Identificar e correlacionar as características anatomopatológicas do CCCO na população estudada.
Casuística
39 pacientes com o diagnóstico de CCCO sem associação com outros subtipos histológicos, matriculadas e tratadas no Serviço de Ginecologia Oncológica de um hospital oncológico no Rio de Janeiro.
Método
Trata-se de uma coorte retrospectiva. Foi realizada coleta de dados nos prontuários eletrônicos e complementação desses dados pela busca ativa dos prontuários médicos físicos. Foram incluídas as pacientes atendidas no serviço de Ginecologia Oncológica de um hospital oncológico no Rio de Janeiro no período de 2005 a 2015 que tiveram diagnóstico de CCCO submetidas a tratamento cirúrgico, seguido ou não de tratamento adjuvante. Foram excluídos os casos de CCCO associados a outros tipos histológicos de pior prognóstico; tumores de células claras metastáticos para o ovário; casos com ausência substancial de dados relativos ao tratamento. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa sob o número CAAE 19461019.0000.5274.
Resultados
90% dos casos apresentaram tumor unilateral. Houve ruptura e/ou invasão da cápsula ovariana em 36% dos casos. A maioria dos tumores foram classificados como pouco diferenciados. 14% das linfadenectomias pélvicas e 7% das linfadenectomias para-aórticas foram positivas para malignidade. Foi identificada presença de células malignas em 46% das análises de ascite ou lavado peritoneal. 73% pacientes foram submetidas à citorredução ótima, ou seja, ausência de doença residual macroscópica após a cirurgia. Em nossa coorte como um todo, a sobrevida global foi de 59% em 5 anos.
Conclusões
Nosso estudo analisou as características anatomopatológicas do CCCO e demonstrou taxa de sobrevida global semelhante ao observado na literatura. Diante da raridade da doença e da pequena dimensão de nossa amostra, mais estudos tornam-se necessários para a melhor compreensão do CCCO em nossa população.
Palavras Chave
Neoplasias ovarianas; oncologia cirúrgica; SOBREVIDA; patologia cirúrgica
Área
Tumores do ovário e peritônio
Instituições
Instituto Nacional do Câncer - Rio de Janeiro - Brasil, Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro - Rio de Janeiro - Brasil
Autores
Nathalia Rodrigues da Custódia Rodrigues , Mariana Bastos Rodrigues dos Santos, Maria Eduarda Braz Ferreira Leão Caldas dos Santos, Paulo Alberto Trindade de Almeida Junior, Lucas Gonçalves Coelho, Luiza Maciel, José Augusto Bellotti