Dados do Trabalho


Título

MORTALIDADE DAS NEOPLASIAS GINECOLÓGICAS NAS REGIÕES DO BRASIL NA ÚLTIMA DÉCADA.

Introdução

As neoplasias ginecológicas estão entre os cânceres mais prevalentes que afetam as mulheres em todo o mundo, mas são doenças heterogêneas com fatores de risco, medidas de prevenção e tratamentos variados. Dentre os principais subtipos de neoplasias genitais dos órgãos femininos estão o câncer de colo de útero, sendo o terceiro mais frequente em mulheres. Dentro outros temos o câncer de ovário, endométrio e vulva.

Objetivo

Avaliar o perfil das mulheres em óbito decorrente das neoplasias malignas dos órgãos genitais femininos durante a década de 2010-2019, nas regiões brasileiras.

Casuística

Óbitos neoplasias ginecológicas

Método

Estudo epidemiológico realizado no DATASUS, com abordagem de óbito decorrentes das neoplasias malignas dos órgão genitais femininos nas regiões do Brasil, na década de 2010-2019, com o intuito de avaliar o perfil das mulheres. Coletadas as seguintes variáveis: ano do óbito, estado civil, escolaridade, faixa etária, cor/raça e local de ocorrência. Executado análise estatística descritiva.

Resultados

Verificou-se um total de 121.501 mortes em todo Brasil, sendo 8,2% na região Norte, 26,1% na região Nordeste, 42,7% na região Sudeste, 15,9% na região Sul e 6,9% na região Centro-Oeste. Na Região Norte prevaleceu o óbito no ano de 2018 (13,0%), estado civil solteiro (37,6%), escolaridade de 1 a 3 anos (23,9%), faixa etária 50 a 59 anos (21,6%), cor/raça amarela (72,9%), e o maior número de óbitos em hospital (77,5%). Na região Nordeste, prevaleceu óbitos no ano de 2019 (12,9%), estado civil solteiro (33,6%), escolaridade 1 a 3 anos (23,3%), faixa etária 60 a 69 anos (21,3%), cor/raça amarela (60,1%), local de ocorrência no hospital (72,5%). Na região Sudeste, no ano de 2019 os óbitos prevaleceram (12,6%), viúvo (31,4%), escolaridade 1 a 3 anos (24,9%), faixa etária 60 a 69 anos (23,9%), cor/raça branca (60,6%), em hospital (87,5%). Na região Sul prevaleceu óbitos no ano de 2018 (12,5%), estado civil casado (34,2%), escolaridade 4 a 7 anos (27,5%), faixa etária 60 a 69 anos (22,9%), cor/raça branca (85,0%) e óbitos em hospital (85,4%). Na região Centro-oeste, 2019 com maior número de óbitos (13,0%), casado (31,0%), escolaridade de 4 a 7 anos (21,3%), faixa etária 60 a 69 anos (21,9%), cor/raça amarela (45,5%), em hospital (85,1%).

Conclusões

As neoplasias ginecológicas são um problema de saúde prevalente no Brasil. Identifica-se no perfil populacional afetado maior número de óbitos no Sudeste, que pode associar-se a maior número de diagnósticos. A faixa etária mais atingida foi de 60 a 69 anos, exceto no Norte onde destaca-se uma faixa etária 10 anos mais jovem. Os óbitos ocorreram majoritariamente em ambiente hospitalar, mas uma porção considerável ocorreu em domicílio, o que necessita de maiores estudos sobre as variáveis envolvidas. Porcentagem de óbitos é maior em escolaridade de 1 a 3 anos, podendo indicar baixo acesso a informação de saúde e incapacidade de cuidado. Observa-se que houve aumento no número de óbitos na década analisada, destacando-se a importância de implementação de programas de saúde que beneficiem, principalmente, pacientes com baixa escolaridade e acesso à saúde, com a finalidade de reduzir a mortalidade por tais neoplasias.

Conflitos de interesse

Não há conflitos de interesse.

Referências

SUNEJA, Gita; VISWANATHAN, Akila. Gynecologic Malignancies. Hematol Oncol Clin N Am, v. 34, p. 71–89, 2020. Disponível em: https://doi.org/10.1016/j.hoc.2019.08.018. Acesso em: 20 abr. 2024

TUMORES GINECOLÓGICOS ALÉM DO COLO DE ÚTERO: INFORME-SE E CUIDE DE VOCÊ. A.C. Camargo câncer center, 2021. Disponível em: . Acesso em: 20 abr. 2024.

Palavras Chave

saúde da mulher; câncer de colo de útero; mortalidade; Câncer feminino; Óbitos; Brasil;

Área

Tumores do colo uterino e patologia do trato genital inferior

Autores

Júlia Muniz Lima Cardim Rocha, Ana Luiza MIranda Cardona, Caio Duarte Neto, Julia Fioresi Covre, Rebeca Freire Colombo, Letícia Gonçalves Marim, Pedro Angelo Oliveira Ghetti