Dados do Trabalho


Título

ANÁLISE DOS ÓBITOS POR NEOPLASIA MALIGNA DO OVÁRIO EM MULHERES SEGUNDO FATORES EPIDEMIOLÓGICOS ENTRE OS ANOS DE 2018 E 2022

Introdução

O câncer de ovário é uma doença silenciosa que configura-se como a segunda neoplasia ginecológica mais comum, sendo uma condição que se dá, majoritariamente, a partir de células epiteliais, podendo também ter origem de células germinativas ou estromais. Possui como principais fatores de risco idade avançada, fatores reprodutivos e hormonais, histórico familiar e obesidade.(MACHADO, C. C. et al., 2017) Em razão do surgimento de sinais e sintomas tardios ou inespecíficos, o diagnóstico precoce é dificultado, justificando o porquê cerca de 80% das mulheres descobrem a doença após sua progressão e, consequentemente, sua elevada mortalidade. (BRASIL, 2023) Tendo isso em vista, entender melhor acerca dos fatores epidemiológicos associados à sua ocorrência auxilia tanto no reconhecimento quanto no manejo e profilaxia dessa doença.

Objetivo

Analisar o perfil epidemiológico referente aos óbitos de mulheres com câncer de ovário, levando em consideração a cor/raça, região, ano do óbito e faixa etária, no período de 2018 a 2022.

Casuística

Não se aplica.

Método

Trata-se de um estudo transversal descritivo acerca dos óbitos por câncer de ovário em mulheres com faixa etária, de 2018 a 2022 no país. Os dados foram coletados no Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), sistema gerido pelo Departamento de Análise de Situação de Saúde (DATASUS), da Secretaria de Vigilância em Saúde, em conjunto com as Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde. Foram utilizadas as seguintes variáveis: cor/raça, região, ano do óbito e faixa etária. O filtro foi aplicado para o código C56 da CID-10, correspondente a neoplasia maligna de ovário e a análise dos dados foi realizada por Excel.

Resultados

No período compreendido entre 2018 e 2022, nas cinco regiões brasileiras, o número de óbitos foi de 20.280 no total, sendo o maior número no Sudeste (48,2%), com destaque para São Paulo (55,2%); seguido pela região Nordeste (22,8%). O menor número foi no Norte (4,5%), sendo Amapá (3,2%), Acre (3,1%) e Roraima (2,8%) os locais com as menores taxas. A faixa etária de 60 a 69 foi a mais afetada (26,9%), enquanto a faixa com menor número de óbitos foi a de 15 a 19 (0,4%) e de 10 a 14 anos (0,1%). No que se refere à distribuição étnica, a população branca (58%) e parda (31,9%) foram as mais impactadas, respectivamente, enquanto os indígenas (0,2%) expressaram os menores óbitos. Com relação a análise dos casos por ano do óbito, não houveram diferenças significativas, de modo que os números oscilaram entre 3.921 (2020) e 4.215 (2022).

Conclusões

Diante dos dados apresentados, entende-se que os óbitos decorrentes da patologia estão fortemente relacionados a ausência de rastreamento e a sintomatologia de difícil identificação levam a progressão da neoplasia maligna de ovário e diagnóstico tardio, tornando o prognóstico ruim. Além disso, possui maior incidência em mulheres de etnia branca, na faixa etária de 60 a 69, sendo a região sudeste a de maior expressividade. O número total de óbitos ao longo dos anos sofreu poucas oscilações, reiterando acerca da escassez de medidas profiláticas e a necessidade de maiores estudos diante dessa temática, possibilitando oferecer maior expectativa e qualidade de vida às pacientes.

Fotos e tabelas

Referências

BRASIL. Ministério da saúde. Biblioteca Virtual em Saúde MS. “Nenhuma Mulher Fica Para Trás”: 08/5 – Dia Mundial do Câncer de Ovário. [s.d.]. Disponível em: . Acesso em: 19 abr. 2024

MACHADO, C. C. et al. Câncer de ovário. Acta méd. (Porto Alegre), p. [7]-[7], 2017

Palavras Chave

Neoplasias ovarianas; morte; saúde da mulher; epidemiologia descritiva

Área

Tumores do ovário e peritônio

Instituições

Universidade Federal do Triângulo Mineiro - Minas Gerais - Brasil

Autores

Soyane Paris Brucieri, Bibiane Dias Miranda Parreira, Letícia Alessandra de Souza Campos, Vitória Melo Pereira