Dados do Trabalho


Título

TUMOR FILOIDE DE VULVA RECORRENTE: UM RELATO DE CASO

Introdução

O tumor filoide ocorre em 0,5% dos tumores mamários e sua topografia primária vulvar é rara, com apenas 24 casos relatados. Notável por seu crescimento rápido, pode apresentar-se com grandes dimensões, tendo 20% dos casos relatados com recidiva local (KAZAKOV, 2011; LEE, 2014).

Objetivo

Relatar o caso de uma paciente com tumor filoide de vulva recidivado

Casuística

Nao ha.

Método

Este estudo apresenta caso selecionado pela sua raridade. O consentimento foi obtido e os dados foram coletados do prontuário eletrônico. Revisão de literatura foi realizada e a redação do relato seguiu os guidelines do CARE Checklist

Resultados

Mulher, 22 anos, sem sexarca, não tabagista, admitida aos 15 anos com tumoração em vulva, de crescimento e algia progressivos. Ao exame físico, apresentava-se com massa pediculada de 8 cm em lábio maior esquerdo, na ausência de linfonodomegalias. Na ocasião, apresentava tomografia com lesão expansiva, sólida e delimitada, relacionada ao períneo e às porções posteriores da vulva, estendendo-se posteriormente ao sulco intraglúteo, medindo 95 mm. Realizada excisão completa da lesão, inicialmente suspeitando-se de sarcoma botrioide. Após vulvectomia parcial, análise anatomopatológica e perfil imunohistoquímico confirmaram tumor filoide da vulva, com margens livres e ausência de malignidade. Após 18 meses, detectou-se em seguimento o surgimento de duas novas lesões em lábio direito, de 3 e 1 cm. Ao exame físico, a maior das lesões apresentava aspecto vegetante, com presença de ulceração. Foi realizada biópsia incisional de ambas as lesões, que confirmou tumor filoide benigno, e proposta nova vulvectomia. Após 6 anos de seguimento semestral, a paciente retornou com novas duas lesões nodulares em terço superior do lábio esquerdo da região vulvar, distando 1 cm da cicatriz cirúrgica prévia e de aproximadamente 1,5 cm de diâmetro. Diante da suspeita de recidiva, foi proposta ressecção cirúrgica. A excisão da lesão foi feita a partir de um único fuso, com remoção intacta da peça. À microscopia, o baixo número de mitoses, discreta presença de atipias estromais, além da ausência de elementos heterólogos malignos permitiu classificar o tumor como tumor filoide benigno

Conclusões

Os tumores filoides na vulva, embora raros, demandam consideração no diagnóstico diferencial de massas vulvares, sendo tratados com excisão cirúrgica completa seguida de acompanhamento. Com padrão histológico e terapêutico similar aos tumores filoides mamários, sua recorrência local é comum. O caso apresentado, uma jovem com lesão vulvar nodular recidivada, expande os achados clínicos e epidemiológicos conhecidos, evidenciando variações na faixa etária e no tamanho das lesões. A taxa de crescimento pode ser rápida, como observado neste relato, enquanto a presença de ulceração e múltiplas lesões é incomum na literatura. Recorrências múltiplas, mesmo após excisão completa, destacam a complexidade no manejo e a imprevisibilidade do prognóstico, sublinhando a importância da vigilância (FUJII, 2019; LEE, 2014).

Fotos e tabelas

Conflitos de interesse

Nao

Referências

FUJII, D. T.; KORZEN, C. A.; LEVINE, T. C.; HEITMANN, R. J. Phyllodes tumour of the labia minora. BMJ Case Reports, v. 12, n. 11, p. 12–14, 2019.
KAZAKOV, D. V.; SPAGNOLO, D. V.; KACEROVSKA, D.; MICHAL, M. Lesions of anogenital mammary-like glands: An update. Advances in Anatomic Pathology, v. 18, n. 1, p. 1–28, 2011.
LEE, S.; NODIT, L. Phyllodes tumor of vulva: A brief diagnostic review. Archives of Pathology and Laboratory Medicine, v. 138, n. 11, p. 1546–1550, 2014.

Palavras Chave

Tumor filoide vulvar; Recorrência; Neoplasia fibroepitelial da vulva; Tumor filoide

Área

Tumores da vulva e vagina

Instituições

Hospital Erasto Gaertner - Paraná - Brasil

Autores

Claudio Rotta Lucena, Ana Luísa Dziedicz Silva, Milena Massumi Kozonoe, Giovanna Cunha Castro Lopes, Julia Costa Linhares, Audrey Tieko Tsunoda