Dados do Trabalho
Título
Análise do impacto da Pandemia de Covid-19 na realização de exames Citológicos e na incidência de Lesões de Alto Grau em Minas Gerais, Brasil
Introdução
: No Brasil, o câncer de colo do útero é o terceiro tumor maligno mais frequente na população feminina (INCA, 2023). Além disso, tem uma história natural amplamente reconhecida, sendo causado principalmente pela infecção pelo papilomavírus humano (INCA, 2021). Um dos principais métodos de rastreamento do câncer do colo do útero é o exame de Papanicolau com análise citológica convencional (ZHANG, 2020). As alterações citológicas são nomeadas como “lesão intraepitelial escamosa” e as alterações histológicas são denominadas “neoplasia intraepitelial cervical”, que quando classificada como II e III são consideradas lesões de alto grau e que podem ser
precursoras do carcinoma escamoso invasivo. (GALVÃO, 2022). Objetivos: Realizar uma análise entre o número de exames citológicos coletados durante a pandemia da Covid-19 e o aumento da incidência de lesões de alto grau e de carcinoma escamoso invasivo no estado de Minas Gerais após o período pandêmico.
Objetivo
Realizar uma análise entre o número de exames citológicos coletados durante a pandemia da Covid-19 e o aumento da incidência de lesões de alto grau e de carcinoma escamoso invasivo no estado de Minas Gerais após o período pandêmico
Casuística
não houve
Método
Este estudo constitui uma análise epidemiológica transversal, descritiva e quantitativa, utilizando como fonte de dados o Departamento de Informação e Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). Foram comparadas as taxas de realização de exames citológicos de 2018 a 2023 e o número de lesões de alto grau e de carcinoma invasivo nos
diagnosticados em 2018 e 2019 e em seguida correlacionado com os casos diagnosticados em 2022 e 2023.
Resultados
Nos dois anos anteriores à pandemia, a média de exames citológicos realizados foi de 1.048.404,5. Durante a pandemia, nos anos de 2020 e 2021, a média caiu para 699.572, o que representa uma queda de aproximadamente 34% em relação à média inicial. Nos dois anos após a pandemia, a média aumentou para 960.358,5, ainda ficando abaixo da média inicial. Esses resultados evidenciam uma redução significativa na realização de exames citológicos durante a pandemia, com uma recuperação parcial, nos anos subsequentes. Além disso, após a análise dos casos totais de lesões de alto grau e carcinoma escamoso invasivo, ajustados para uma taxa de incidência por mil
testes citológicos realizados, observou-se os seguintes resultados: em 2018, foram registrados 3,52 casos a cada mil testes; em 2019, esse número diminuiu para 3,26 casos; em 2022, houve um aumento para 3,65 casos por mil testes; e em 2023, a incidência subiu para 3,89 casos por mil testes. Este aumento representa uma elevação de 11,24% na incidência de lesões de alto grau entre os dois anos pós-pandemia (2022 e 2023) em comparação com os dois anos antes da pandemia (2018 e 2019)
Conclusões
É evidente que a pandemia teve um impacto significativo na realização de exames citológicos, indicando possíveis desafios enfrentados pelo sistema de saúde durante o período pandêmico. Além disso, o aumento significativo na incidência das lesões de alto grau destaca a importância de monitorar de perto as tendências de incidência de doenças durante e após eventos de grande impacto, como a pandemia.
Palavras Chave
Pandemia; Exames citológicos; incidência; lesões de alto grau
Área
Prevenção / Rastreamento
Autores
Gianynne Felicidade Silva Santos, Kaio Oliveira Costa, Lavinia Ferreira Boaro, Natália Fonseca de Oliveira